"CRÔNICAS DA SAUDADE, SEMENTES DE ESPERANÇA", é um diálogo entre a contemporaneidade e o passado, mediatizado pela inovação tecnológica dos meios de comunicação. Dito está na introdução, que na memorável produção cinematográfica dirigida por Orson Welles: Cidadão Kane, ao final de sua opulenta existência, o personagem evoca a lembrança de Rosebud, um trenó, seu brinquedo de infância, símbolo da simplicidade e do amor materno com o qual deveria conectar-se para pacificar suas turbulentas memórias.
No imaginário dos autores desta obra, seu "rosebud", simbólico, foi uma instituição educacional dos Missionários Saletinos que lhes abriu o caminho da vida campesina de seus antepassados para o mundo maravilhoso do conhecimento, da interação pedagógica e da vida universitária, que foi se descortinando àquela geração, num peculiar momento histórico da vida nacional. No universo mágico daqueles tempos, alguns experimentaram o que se convencionou chamar "geração das utopias", sonho de uma sociedade nova.
Seguindo por caminhos diversos, abertos pela qualificação e inserção social, e visto o mundo em diferentes ângulos, reconhecem em seu "rosebud" um valor cultural a ser resgatado e registrado como um símbolo da brasilidade no trato das benfazejas lembranças: a saudade. Necessário também reinterpretá-lo conectando-o com as histórias de vida. Nesta direção, além de produções individuais de reconhecido valor histórico e literário, aparece a terceira produção coletiva: "Crônicas da saudade, sementes de esperança".
Valendo-se da longevidade que a ciência, a medicina e a cultura dos cuidados pessoais, proporciona a esta geração, os autores compartilham a experiência, conhecimento e sabedoria acumulada no embate dialético entre seu ideário e a dura realidade da construção da história, ou seja, entre entre a civilização e a barbárie. Não se limitam, entretanto, ao registro histórico. Participam do debate social sobre temas de fronteira, oferecendo sementes de esperança para que, na solidão do universo, prospere a vida neste planeta.