No presente livro, elegemos como objeto de investigação a crítica literária acadêmica amazonense e seus itinerários pela poesia lírica do Amazonas, tendo em vista a necessidade de realizar um inventário sobre sua história e compreendê-la como um processo sociocultural. Propomos dividir e caracterizar a crítica literária em três gerações: a primeira é, em grande parte, caracterizada ou conhecida como uma crítica impressionista, subdividida em dois momentos, antes e depois do surgimento do Clube da Madrugada (1954), e pela publicação das obras dos primeiros críticos especialistas, ainda na década de 1970. A segunda, que designamos como geração de fundação, forma-se entre as décadas de 1980 até a metade da década de 1990. E a terceira, que designamos como a geração de transição, forma-se entre a segunda metade da década de 1990 e a primeira década do ano 2000. Sem esgotar possibilidades que (esperamos, humildemente) esse inventário e estado da arte possam vir a suscitar, procuramos, primeiro, situar esse mesmo contexto e, depois, preencher uma lacuna nos estudos literários no Amazonas: visualizar, no conjunto das gerações críticas que vêm se formando, os sentidos e direções que explicam as atuais tendências que os estudos na área têm seguido no ambiente universitário.