O livro é produto de encontros que têm seu ponto nodal no Grupo de Pesquisa 'Saúde, Minorias Sociais e Comunicação' (SMIC), do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As contribuições, entretanto, não se reduzem aos membros deste grupo, agregam profissionais de diferentes regiões do Brasil e do exterior (Uruguai e Estados Unidos), sustentados em diversas abordagens teóricas (Teoria das Representações Sociais, Estudos da Cultura Material, Sociologia das Ausências, Estudos Feministas, entre outras) e diferentes áreas de trabalho (Psicologia Social, Comunicação Social, Antropologia, Ciências Sociais, Linguística). Diversidade que decorre do próprio ponto de partida da proposta editorial, pois se trata de um livro de Psicologia Social em sua vertente crítica que, por definição, acata a diversidade teórica e metodológica, abre-se à dialogicidade e problematiza as maneiras como os saberes-fazeres que circulam na sociedade fabricam subjetividades e constroem verdades.A diversidade se expressa também nos temas, como já anuncia o subtítulo do livro: saúde, minorias sociais e comunicação. Sua leitura, portanto, interessará a profissionais de uma ampla gama de instituições que atuam em pesquisa e intervenções associadas à problemática da saúde, tomada aqui de modo geral, como fabricação - econômica, política, social, cultural - que, em circulação no tecido social, tem profundos efeitos nos modos de ser na contemporaneidade. Tendo em vista as múltiplas tramas presentes na composição da coletânea, as leitoras e os leitores poderão ser seduzidos e atraídos de várias maneiras: pelas discussões teóricas constantes da primeira parte da coletânea, na qual são discutidos aportes da Teoria das Representações Sociais, da Sociologia Crítica associada ao Boaventura de Sousa Santos, das teorias feministas e das políticas públicas na Saúde; por temáticas específicas: minorias sociais e suas lutas singulares (Parte II) ou comunicação em sua interface com a Psicologia Social, aspecto intrínseco à proposta de dialogicidade (Parte III); pelas questões de métodos que constam da Parte IV: o potencial crítico da Hermenêutica de Profundidade; o uso de entrevistas como encontros dialógicos, a historicidade dos grupos focais e a Análise de Discurso francesa (Parte IV). Obviamente, haverá quem usufrua dos capítulos de forma mais ampla, respondendo ao convite de ampliar as reflexões sobre a Psicologia Social em suas vertentes mais críticas. Seja qual for o apelo, certamente a publicação deste livro enriquecerá as reflexões que vêm sendo feitas na Psicologia Social e possibilitará instaurar colaborações entre pesquisadores e profissionais que tenham por norte questões relacionadas à saúde na vida cotidiana.
Drª Mary Jane Spink - Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)