O período de transição da escravatura para o trabalho livre no Brasil (1888-1889) fez com que uma nova política econômica de caráter expansionista fosse executada. Com abundante oferta de crédito e maior emissão de numerário, uma bolha especulativa formou-se no Rio de Janeiro, centro financeiro do país nesse período. A especulação iniciada em um momento de euforia, ainda no Império, estourou nos primeiros anos da República (1891). Essa crise financeira ficou conhecida como o Encilhamento, que perdurou por uma década. O mercado bancário brasileiro foi severamente atingido pela crise do Encilhamento, sendo que poucas instituições financeiras sobreviveram após 1900. Os bancos de Minas Gerais, que participaram intensamente dessa conjuntura, não ficaram indiferentes a esse processo. Somente um banco, o Crédito Real de Minas Gerais, resistiu incólume ao Encilhamento, sendo que, entre 1896 e 1909 nenhum estabelecimento bancário foi inaugurado nesse Estado. Em 1903, na cidade de Belo Horizonte, aconteceu o Congresso Agrícola, Industrial e Comercial de Minas Gerais. As teses apresentadas nesse encontro, com o objetivo de diagnosticar e solucionar o quadro negativo em que a economia mineira se encontrava, devido às consequências das crises financeiras da primeira década republicana, geraram as diretrizes de uma nova dinâmica no setor bancário mineiro.