Este livro é um gesto de criação. Resulta do projeto Criações Docentes e Reinvenções Curriculares na Escola da Educação Básica e ecoa as intensas trocas vividas no XI Colóquio Internacional de Políticas Curriculares. Cada texto aqui reunido afirma o currículo como campo de forças, e não como forma acabada. Não se trata de sistematizar verdades, mas de habitar o inacabado, o imprevisível. É na fricção com o instituído que emergem as potências docentes, inventando modos outros de existir na escola. A proposta recusa moldes fixos e normas estabilizadoras, preferindo o risco da criação à segurança da reprodução. Nesta coletânea, o currículo é pensado como acontecimento, como dobra da vida, como abertura. Em vez de capturar a experiência, o que se deseja é libertá-la, para que novos mundos possam ser ensaiados. Inspirado pela potência de Anayde Beiriz — "Eu escrevo para um mundo no qual possa viver" —, o livro se afirma como convite à errância, à desobediência e à invenção. Que estas páginas inspirem gestos docentes que se atrevam a criar, mesmo quando tudo insiste em conter.