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cova profunda é a boca das mulheres estranhas

cova profunda é a boca das mulheres estranhas

Sinopse

 Poucos poetas das novas gerações despertaram tanto fervor quanto a jovem gaúcha Mar Becker. A afirmação pode soar pesada demais para quem a conhece agora, mas, desde os primeiros poemas publicados em redes sociais, Mar Becker se celebrizou pela forma que conduz os leitores para atmosferas familiares, domésticas e íntimas que, na teia dos versos, logo se revelam vertiginosamente estranhas e violentas. 

 Tal fervor se confirmou no sucesso de crítica e público em torno de seu primeiro livro,   A mulher submersa   (Urutau, 2020), finalista do prêmio Jabuti e vencedor do prêmio Minuano, concedido pelo Estado do Rio Grande do Sul. Desde então, a poesia de Becker tem despertado cada vez mais interesse, o que levou à publicação em Portugal de   Canção derruída   (2023) pela prestigiosa Assírio & Alvim. 

 Nos poemas de   cova profunda é a boca das mulheres estranhas  , Becker nos arrasta para um terreno movediço, descortinado por versos que incorporam os gestos contidos e tensos com que a mãe, a irmã e as donas de casa que povoam sua Passo Fundo natal — em que se espelham todas as "mulheres estranhas" de tantas outras cidades — desafiam o silêncio brutal que as cerca e invade. 

 Desde o título, a autora subverte os moldes religiosos em que a vida das mulheres tem sido forçada a caber por séculos e séculos. Nos versos, sob a gagueira e o medo, a timidez e o desajeito, é gestada uma espécie de sublevação, de vingança, que apenas a poesia, "inconsagrada hóstia", sabe captar com perfeição.