"Cotidiano, Divã, Loucura e Bárbara" formam uma coleção de textos teatrais recheados de fantasia e humor. De forma sensível, o autor revela ao leitor o teatro como uma chama incandescente do fogo criativo. Os quatro textos nos conduzem a cenas que passamos a vivenciar mentalmente com grande sintonia entre a criatividade e a expressão, o que é sempre esperado do bom teatro. As histórias têm como eixo narrativo os conflitos entre homens e mulheres, entre realidade e fantasia, entre sucesso e frustração – conflitos que podem ser vividos por qualquer um de nós. Em certos momentos, o leitor pode se sentir aconchegado com a proximidade e familiaridade das situações descritas. Em outros, impactados com sua virulência. Assim vamos vislumbrando, no teatro do autor, uma maneira de vislumbrar nossas próprias questões.
Na vida, como no teatro, precisamos correr riscos para tirar deles uma lição. Apostar na alegria, na paciência e na solidariedade do personagem "Marcel", por exemplo, pode ser uma boa maneira de se viver de modo mais leve. A estética é uma das gratificantes preocupações do autor. Os cenários são bem estilizados, assim como a luz, e cumprem o difícil papel de dar vida à obra.
Que o leitor se divirta, reflita, ria, chore, identifique-se. Que possa olhar para dentro e ver o quanto de cada um existe em si próprio. Que a chama incandescente do fogo criativo, citada no começo, passe das páginas escritas pelo autor para o coração do leitor, tocando-o.