O cotidiano do policial militar, civil ou federal não é fácil. Independente da função, pois um erro seu pode ser interpretado com um ato proposital para criar um efeito jurídico. Eu que o diga, porque duas vezes fui processado criminalmente por falsificação de documento e falsidade ideológica. Não tenho a menor vergonha em dizer, simplesmente porque não tive a menor má fé ou dolo. Fui absolvido, mas isto também não me tranqüiliza, O que me tranqüiliza é minha consciência. Duro foi provar isto. Mas a vida policial além da insegurança jurídica, ele sofre com os que sofrem. Pelo menos falo por mim e por outros que tem sede e fome de justiça. De tanto atenderemos ocorrências de violência, morte, tragédia, crimes, destruição maldade, não tem como o policial não sofrer com o tempo alguma seqüela. Somos de carne e osso. Choramos sentimos medo e raiva. Algumas das histórias que narro aqui, me deixam dias e dias só pensando naquela ocorrência. Uma das qualidades que mais de exige do policial é caráter e equilíbrio emocional. Mas durante a seleção de candidatos não dá para detectar tão fácil estas carências. Além do que trabalhar em ocorrências como as que vou narrar aqui, acabam por minar nossa saúde mental.