O tema da corrupção, tem adquirido crescente relevância nos estudos acadêmicos, a partir de diferentes abordagens, no ponto de vista internacional, fundamentada justamente por críticas do tamanho do estado e do surgimento de novas práticas corporativas de accountability. Neste contexto, quanto maior o estado, maiores são as buscas rentistas, ou oportunistas, por ganhos improdutivos no aparelho de Estado, o que acaba repercutindo em eventuais dinâmicas corruptivas, no contexto institucional, onde o interesse privado se sobrepõe ao interesse público, uma vez que a corrupção se manifesta por forças estruturais, de longa duração, ao longo e também por forças conjunturais, de curta duração. Partindo desta agenda temática, o objetivo do presente livro é discutir o fenômeno da corrupção a partir de um mapeamento e caracterização, tanto do campo epistemológicos de estudos da corrupção, quanto da descrição das principais vertentes teóricas a fim de permitir uma apreensão do estado da arte à luz de objetivos critérios bibliométricos. O estudo sobre o mapeamento institucional da pesquisa sobre corrupção no Brasil revela a natureza complexa desse fenômeno, destacando-o como um fato social patológico que desestabiliza a ordem social e molda comportamentos culturais. Utilizando dados da Plataforma Lattes, o estudo identifica 14.559 pesquisadores engajados na temática, com uma alta qualificação acadêmica, especialmente na área de Direito, onde 45 grupos de pesquisa representam 51% de toda a pesquisa institucionalizada no país. Embora haja um aumento de interesse na pesquisa sobre corrupção, ela ainda é relativamente marginal no campo jurídico brasileiro, evidenciando uma dinâmica reflexiva e uma baixa massa crítica em relação ao tema. A pesquisa aborda a corrupção a partir de cinco principais áreas do conhecimento - Ciências Jurídicas, Economia, Política, Sociologia e História - utilizando teorias de renomados teóricos. No cerne da discussão, são exploradas perspectivas institucionalistas e racionalistas, influenciadas por Immanuel Kant e Max Weber, respectivamente. Autores como Douglas North, Anne Krueger, Johann Lambsdorff, Norberto Bobbio, Roberto Leal, Manoel G. Ferreira Filho, Vitor Nunes Leal, José Murilo de Carvalho e outros são consultados para compreender a corrupção em diferentes contextos. Essa abordagem teórica estabelece uma base sólida para a pesquisa proposta.