O livro aborda, especialmente, a corrupção no Brasil sob uma análise da cultura política patrimonialista. A antropologia cultural também se faz presente para explicar a relação entre o homem e a sociedade, suas crenças e valores, bem como seu comportamento frente ao compromisso com a coisa pública. Assim, o entendimento da relação entre cultura política e corrupção se apropria de aspectos que envolvem a formação do Estado brasileiro, com os enfoques constantes nos fatores históricos, sociais, econômicos, culturais e políticos, em uma trajetória que tem início no Brasil Colônia.
A corrupção, nessa conjuntura, apresenta ser um fenômeno herdado do sistema patrimonialista de administração lusitana, perpetuado no transcurso político e responsável pela ausência de distinção entre as esferas pública e privada, elemento central nas administrações dos sistemas republicanos.
Nesse cenário, os instrumentos para o enfrentamento da corrupção tornam-se ineficazes. Abordagens que contemplem o envolvimento da expressão crítica da cidadania e a ética na política tornam-se elementos, dentre outros, essenciais para a vida na República.