Ao longo de sua correspondência com Rainer Maria Rilke, Lou Andreas-Salomé procurou tratar psicologicamente o poeta, convencida de que as forças obscuras de sua persona constituíam a única fonte tanto de cura quanto de criação. Lou procura converter-se em mediadora entre sua alma deprimida e as angústias que o poeta regularmente lhe confessa em suas horas de esterilidade. E assim se estabelece, essencialmente, como intérprete, tanto dessas forças obscuras quanto de suas primeiras interpretações.