Você já se sentiu intrusa em algum lugar? Sentiu que, por algum motivo, sua presença provocou assunto, despertou curiosidade ou mesmo estranheza? Corpo Intruso é o que não está convidado. O que não é visto como parte. O que pode ser indigesto ao mesmo tempo que pode ter certo humor.
Corpo Intruso, de Estela Lapponi, versa sobre a presença "não autorizada" - por quem?! - e, por isso, é transformadora.
A partir da sua trajetória de atriz para artista DEF, a autora conta como o AVC, sofrido em plena cena, transformou não só sua maneira de viver (n)o mundo e (n)a arte, como mostra a potência que é abandonarmos padrões e verdades coloniais. Como é potente nos permitirmos o desafio e deixarmos que as mudanças ocorram. Aticem. Explodam. E mudem os eixos. Sim, tudo no imperativo e no presente, porque o futuro é hoje e é urgente a constante evolução.
Corpo Intruso chegou sem avisar, se impôs na carne quando a artista vivia em terras estrangeiras e se desdobrou em práticas artísticas nas diversas linguagens - performance, workshop, intervenção, palestra, curta-metragem - produziu pensamento, inventou Zuleika Brit, que virou verbo – zuleikar! – criando um modo descolonizado de existir - ¡Zuleikate!
Corpo Intruso agora é livro.
Essas páginas que agora estão em suas mãos são um convite de Estela a ressignificar e enxergar a estética própria e única da Arte produzida pelo corpo DEF (Pessoa com Deficiência).