A trajetória de Manoel Caboclo e Silva fundiu cultura oral e escrita, ciência e magia, passado e futuro na trama de um texto tão rico quanto as experiências que acumulou. Como agricultor, poeta, astrólogo e editor viveu intensamente cada instante com a serenidade e a grandeza que só os sábios tem.
A literatura popular em verso passou por diversas fases de incompreensão e vicissitudes no passado. Ao contrário de outros países, como o México e a Argentina, onde esse tipo de produção literária é normalmente aceita e incluída nos estudos oficiais de literatura. Apesar da maciça bibliografia crítica e da vasta produção de folhetos (mais de 30 mil folhetos de 2 mil autores classificados), a literatura de cordel – cujo início remonta ao fim do século XIX – continua ainda em boa parte desconhecida do grande público, principalmente por causa da distribuição efêmera dos folhetos.