As transferências das políticas públicas brasileiras no continente africano foram acompanhadas de exportações de máquinas e equipamentos e por investimentos diretos para o desenvolvimento de infraestruturas, geração de energia e exploração agrominerais.
A estratégia do bloco no poder no Brasil foi orientada à criação de um mercado mundial do etanol, em parceria estratégica com os EUA, e à produção de commodities agrominerais na África, em parceria estratégica com o Japão e com outros países do Norte.
O Brasil exportou as contradições presentes no país para o continente africano, concentração de renda e poder pela burguesia agrária, conflitos com os camponeses, um modelo de desenvolvimento insustentável.
Foi a luta de classe dos trabalhadores rurais e movimentos sociais de Moçambique em aliança estratégica com os trabalhadores rurais e movimentos sociais do Brasil e do Japão e a sociedade civil internacional que levaram ao fracasso do projeto de exploração agrícola intensiva e extensiva no Norte de Moçambique.
Somente um novo projeto de desenvolvimento baseado na predominância dos interesses das classes trabalhadoras, no nacionalismo anti-imperialistas e na cooperação Sul-Sul entre os países e os povos do Sul do mundo poderá libertar o Brasil da hegemonia do capital financeiro rentista, no interior do bloco no poder, mas para isso acontecer é preciso uma luta de classe que pressione por uma mudança, nos três níveis, político, econômico e ideológico.