Contraespaços: criação coreológica em dança e a arquitetura de Zaha Hadid é fruto de uma pesquisa em dança que teve como ponto de partida e inspiração a obra da arquiteta Zaha Hadid. O processo foi informado pelos conceitos de imaginação espacial, imaginação corporal e imaginação de movimento, cruzando, principalmente, os autores Rudolf Laban, Gaston Bachelard e Maxine Sheets-Johnstone, e seguiu as abordagens metodológicas da Prática como Pesquisa e da Pesquisa Guiada pela Prática. O processo artístico — a investigação coreográfica Contraespaço — guiou e agenciou a pesquisa, colocando em relação transversal os Estudos Coreológicos, estudos da dança, arquitetura, filosofia e artes visuais, e encadeando e colocando em relação: reflexões sobre possibilidades de relações entre as áreas da dança e da arquitetura; cruzamentos dialógicos entre autores e criadores de áreas diversas; considerações sobre a produção e prática artístico-teórica em dança do autor nos últimos 20 anos; identificação de rastros de suas principais influências em dança em seus processos criativos.
O livro é composto de múltiplas camadas, refletindo a relação espiralada desenvolvida no processo que o gerou, cada um dos componentes afetando-se entre si e sendo revisitado em novos ciclos. Houve o ensejo de revelar o aspecto processual da criação artística em dança como pesquisa e como esse processo pode ser atravessado por inúmeros estímulos — corporais, visuais e teóricos — e de valorizar o campo da dança como articulador de relações interartísticas e interdisciplinares, propondo dissolver e transformar paradigmas dualistas que (ainda) separam corpo e mente, prática e teoria, arte e ciência, experiência e sentido, movimento e conhecimento, dança e escrita.
Esta obra é recomendada a profissionais, pesquisadores e estudantes de dança e demais artes cênicas e a aficionados, praticantes e interessados no potencial transformador da criação em dança, do corpo dançante criativo, da criação artística em geral e em diálogos interartísticos e interdisciplinares. E também, propondo a mão dupla do movimento de ter-se colocado cinestesicamente responsivo à
arquitetura para criar dança, é oferecida a profissionais e pensadores de arquitetura.