O leitor tem nas mãos um livro incomum, resultado da elaboração coletiva do grupo Interludium, um conjunto relativamente heterogêneo, integrado por cerca de 20 homens e mulheres, das mais variadas origens sociais profissões e convicções ideológicas, que compartilham o fato de ter convivido, atuado politicamente e/ou estudado com Vito Letizia.
Parte do grupo, a ala jovem, é formada por ex-alunos do curso de Economia Política por ele ministrado, durante duas décadas, na PUC de São Paulo, e que, sob sua orientação, reuniu-se semanalmente, nos primeiros dez anos do século, para discutir a obra de Karl Marx. Outra parte é formada por ex-militantes da Organização Socialista Internacionalista (OSI), associada ao Comitê pela Reconstrução da 4ª Internacional (Corqui, trotskista), da qual Vito foi um dos principais dirigentes, entre 1975 e 1986.
Em setembro de 2013, o grupo Interludium integrou-se ao Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap/ Unesp), com o objetivo de levar adiante o projeto de preservação da memória histórica do movimento social brasileiro, estimular a pesquisa e a investigação científica e oferecer um espaço para a reflexão política, cultural e social numa perspectiva anticapitalista, de resgate da tradição revolucionária de Marx. O acervo, que reúne os arquivos de Mário Pedrosa, Fulvio Abramo, Lívio Xavier e, mais recentemente, os de Vito Letizia, entre outros, está sob custódia e conservação do Centro de Documentação da Unesp (Cedem).
Neste livro, estão reunidos os últimos pensamentos de Vito Letizia, um ícone do pensamento trotskista no Brasil, um dos principais dirigentes da Organização Socialista Internacionalista (OSI) e de seu braço juvenil a Libelu.Num diálogo com seus alunos e seguidores são abordados temas como a questão do Estado na América Latina e a influência da social-democracia, a ditadura de 1964, o movimento Diretas-Já.