A despeito de gozarmos alguns prazeres e alegrias neste mundo, é essencialmente em meio da angústia da incerteza da perpetuação do que acreditamos serem "nossos" pequenos e breves eus que temos existido; como também não poderiam deixar de viver (e morrer) os personagens desse livro. Nossos semelhantes, sendo "meu" eu artista, entre outros, inevitavelmente semelhante correlato à Vida em impulsos criativos – sendo ela, como aqui já disse, a grande Inventora-manipuladora de tudo que existe e de todas as "nossas" vidas – como parece fazer conosco aquilo que muitos creem ser "Deus", meus personagens neste livro vivem, sofrem, morrem graças a minha deliberada intenção de que vivam, sofram e morram como vivem, sofrem e morrem, esperando que seus fantásticos dramas possam dar mais alguma luz sobre como melhor devemos nos sentir e nos relacionar com a Vida eterna – nossa "dona" – e, por tabela, uns com os outros; principalmente em meio das convivências com os mundos que inventamos a nos dar outros valores e sentidos. Pelo menos até que, outra vez, a Morte nos separe. Archidy Picado Filho