A presente obra analisa, sob a perspectiva da Saúde Coletiva, e à luz das Ciências Sociais e Humanas, as competências preconizadas às equipes de Consultório na Rua, adotadas pelo Ministério da Saúde na Atenção Básica por intermédio da Portaria n.º 122, de 25 de janeiro de 2011, tendo como base um curso oferecido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Para tanto, utiliza o material didático de qualificação profissional dessas equipes, abordado nesse curso, observando a relevância de temas ali propostos que se coadunem com a efetividade do cuidado e do direito à saúde relativos às pessoas em situação de rua. Pessoas em situação de rua são pessoas que, por distintos motivos, passaram a morar na rua e, assim, necessitam de cuidados específicos. O Sistema Único de Saúde, regido pelos princípios da universalidade, integralidade e equidade, almeja a redução das desigualdades em saúde e busca atender às especificidades dessas pessoas, apesar de todos os percalços que lhes são impostos. Após a implantação da Política Nacional para População em Situação de Rua, avanços foram conquistados. Contudo, um longo percurso se faz necessário, principalmente pelo fato de que o número de pessoas em situação de rua tem aumentado ano após ano, tornando-
se necessário pensar em um trabalho a ser efetuado pelas referidas equipes que possibilite a saúde dessa população nos moldes preconizados pelo mencionado sistema de saúde. Esta pesquisa, de cunho qualitativo, utilizou dois métodos para coleta de dados: o primeiro, a análise documental da formação de profissionais das equipes de Consultório na Rua; e, o segundo, a observação de eventos públicos sobre população em situação de rua. Os resultados apontam a importância da construção de novas possibilidades de processo de formação em saúde relativas aos profissionais envolvidos, que requer saberes e práticas que consubstanciem um sistema de saúde mais comprometido com a saúde e as necessidades de pessoas em situação de rua.