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Conflito Armado, Violência Coletiva E Mudança Social Em Cité Soleil: Uma Análise Crítica Dos Jogos Dos Atores E Seus Discursos

Conflito Armado, Violência Coletiva E Mudança Social Em Cité Soleil: Uma Análise Crítica Dos Jogos Dos Atores E Seus Discursos

Sinopse

Conflito armado e violência coletiva na comuna de Cité Soleil se traduzem, por um lado, em rivalidades territoriais entre grupos armados, em confrontos entre eles e as forças policiais, por outro. Esses dois fenômenos sociais de frequência e repetição dominam esse município haitiano desde o início da década de 1990, logo após sua fundação em 1960. Com efeito, localizada ao norte de Porto Príncipe, a capital, Cité Soleil representa um espaço de oportunidade e de experimentação para certas entidades sociais, como o setor religioso, grupos políticos, associações culturais, instituições de caridade, ONGs etc. Para outros, ela continua a ser um espaço de conflito, onde diferentes facções de grupos armados se violentam a fim de conseguirem o controle desse território. Tais rivalidades já causaram muitos danos humanos, materiais, econômicos e ambientais. A frequência, a repetição e a variação desses fenômenos nos levam a levantar as seguintes questões: o que explica por que os conflitos e as violências continuam a ser recorrentes em Cité Soleil? A gestão política desses fenômenos pelo Estado central falhou? Em que sentido eles fazem parte do processo de mudança social que ocorreu no Haiti por volta da década de 1990? O principal objetivo da pesquisa é entender tais frequência, repetição e variação e explicá-las através dos discursos dos atores. Ao prestar especial atenção aos sentidos e às interpretações que as testemunhas dão aos fenômenos em questão, contaremos com dados quantitativos e qualitativos, métodos de história oral e de sociologia compreensiva para conduzir este estudo, cujo resultado tende a mostrar que a repetição do conflito e da violência em Cité Soleil nasce das raízes históricas e sociais da sociedade haitiana e resulta da má gestão política e da falta de gestão social.