Todo processo tem a presença de vidas, de histórias que são narradas. O caminho para o desfecho ético do processo transcende a simples aplicação automática da Lei. A frequente tensão entre o bom e o justo e o ritual Judiciário em suas dimensões revelam que o Direito se situa no meio do caminho entre moral e Política. A Justiça enquanto instituição, ao se deparar com o Juízo prático ou de situação de casos concretos, deve sempre buscar a solução equitativa, que seja inteiramente fruto da construção dialógica permeada pela sabedoria que jorra da phrónesis coletiva. Pois, esse é o caminho necessário para resolver os conflitos, já que nem sempre a lei é justa. As decisões também devem se fundar em princípios éticos.
Assim, nosso estudo apresenta os substratos filosóficos essenciais para a apreciação da Justiça, fiel a esse desígnio, nosso itinerário tem parada obrigatória em Aristóteles e em Immanuel Kant na busca do precioso equilíbrio do bom e do justo.
O agir ético implica, desde Aristóteles, fazer o bem com responsabilidade, de forma racional, tendo como ponto de partida o si mesmo, a relação com outrem, em instituições justas e capazes de fazer a mediação lei e sujeito na aplicação da Justiça com igualdade no plano institucional. Pois o nosso desafio diário é agir corretamente, fazendo o melhor para si e para com os outros, que constitui um valor humano subjetivo, bem representa a regra de ouro da vida.