Este livro transita pelo desenvolvimento das teorias da comunicação em busca de elementos para a construção de um modelo comunicacional no encontro de culturas que colabore para promover aproximação, diálogo e equilíbrio, baseado em salvaguardas éticas. Trabalha-se com os conceitos de interculturalidade, identificando-se os elementos que limitam ou impedem a comunicação no encontro de culturas, especialmente no diálogo ideológico (crenças, valores e ideias), e propõe-se um novo modelo que visa incentivar e assegurar uma comunicação tecnicamente efetiva, com sensibilidade cultural e respeitabilidade ética a fim de minimizar os obstáculos relacionais. Este modelo proposto pelos autores passa a ser chamado de Modelo de Equilíbrio Dinâmico Comunicacional Intercultural (MEDICI). A demanda desta pesquisa advém das frequentes falhas de comunicação no encontro de culturas e da necessidade – particular, pública e acadêmica – de caminhar para o desenvolvimento de teorias da comunicação com salvaguardas éticas que considerem os fatores ideológicos entre as partes. A intensificação dos ruídos de comunicação em contexto intercultural fomenta violência, preconceito e ineficiência de políticas públicas e programas sociais ou religiosos, bem como o simples estranhamento interpessoal. Este modelo (MEDICI) expõe claras orientações para a construção de uma comunicação equilibrada, sobretudo em contexto de desigualdade entre as partes. Foi desenhado para ser aplicado em programas sociais, filantrópicos, governamentais, diplomáticos, comerciais ou religiosos que envolvam duas ou mais partes de contextos culturais distintos na expectativa de fomentar uma comunicação efetiva, equilibrada e ética.