O Antropoceno se estende pelos meandros das redes das semioses culturais como um monstro difícil de ser explicado. Por isso, o tema pede uma abordagem que visa à complexidade. Muito oportuna para as áreas das Ciências da Comunicação, da Psicanálise e da Semiótica, esta obra – com suas várias frentes de análise – possui como eixo a presença do Homo sapiens como o ser da linguagem simbólica e causador, desde há milênios, de multiformes antropoviolências marcadas pela intolerância e pela perversão.
A urgência da temática se dá por conta da aceleração dos efeitos negativos propiciados por nossa espécie, o que parece salientar um ponto de não retorno já instaurado na saúde planetária e com o qual a civilização terá de lidar.
As questões, aqui levantadas em três pilares (Antropocenas, O Sujeito no Antropoceno e Antropotécnicas), não têm respostas rápidas, mas, antes de tudo, convidam o leitor a uma postura de responsabilização por partilhar esse orbe com outras bilhões de espécies.