Muito bem, o livro se chama Como Iastne em Atenas. Mas quem é Iastne?
Uma pessoa que viveu em Atenas na Antiguidade, provavelmente nas épocas áureas daquela cidade, a quem a protagonista se compara dizendo "como Iastne em Atenas" faço isto, isto e aquilo, penso desta ou daquela maneira?
Ou Iastne é ela mesma, que se apresenta como se dissesse "eu, como Iastne em Atenas", sou assim, apenas reafirmando deste modo sua própria identidade.
Seja como for, a personagem ganha corpo e mente. Vemo-la agir, sentir e pensar e, embora sem referências cronológicas, o tempo passa e ela evolve de um encanto juvenil com a natureza e as coisas a reflexões mais profundas e adultas sobre a o mundo e a existência humana. Passa das alegres "horas de fitas e colares" à contemplação da vida esvaziada dos idosos. Passa dos jogos irresponsáveis da juventude ao compromisso adulto de ter "uma teia tecida", "um assunto encerrado".
Em tudo permeia uma certa filosofia que me abstenho de tentar classificar.