(...)
Mergulharia naquela forma corpórea
azul e salgada.
Nadaria a favor da correnteza
até o triângulo daquela bermuda.
E deixaria as caravelas
– até então perdidas –
navegarem pelos meus
canais.
Eu me perderia naqueles lábios subaquáticos.
Eu submergiria com água nos pulmões.
Eu quebraria extasiada naquelas costas.
Eu viraria espuma pacífica.
(...)
Talvez as gotículas que as ondas espalham pelo ar na ilha tenham mágica. Ou fazem doer. É disto que o Com vista para o mar se trata: de poemas que vão além do corpo físico e do mar. Passam pela marola, onde se iniciam as ondas sentimentais. Pelo salitre, que faz arder as narinas e entranhas. Passa pela ressaca marítima, moral e solitária. Por fim, os poemas e o mar se dissolvem na beira (a)mar.