Você viu o que eu fiz? Sim, ali mesmo na capa.
Não? Volta lá, eu deixo. Você vai entender já.
Já pensou em colocar para fora o que está aí dentro? O que foi observado e não falado, imaginado e não vivido, sentimentos não sentidos, emoções silenciadas, racionais únicos, vontades e desejos não colocados ao mundo verbal.
Meu objetivo nunca foi escrever um livro. Minha intenção era apenas colocar para fora o que estava no peito. Procurei várias formas, como a dança, a bateria (sim, bateria), com o teatro ou com o futebol.
Mesmo assim, demorei a entender que o óbvio precisa ser dito não para o outro e sim para o meu eu. Só compreendi depois de muitas palavras escritas, que formaram frases e resultaram neste livro.
Mas afinal, qual o motivo de não escrevermos sobre isso? O óbvio? Até porque quem se preocupa com um erro de português na capa de um livro, se tais mistérios são óbvios para Ning(u)ém?