"Círculos de coca e fumaça" é um ensaio sobre os Hupd'äh, povo indígena falante de língua hup que vive na região do Alto Rio Negro, no noroeste da Amazônia. Suas rodas noturnas destinadas à ingestão de coca e tabaco — momento de compartilhamento de mitos e histórias de andanças pela mata, ensinamento de benzimentos e execução de curas e proteções xamânicas — são o principal cenário desse livro. Nessas situações são percebidas performances, contextos em que os ameríndios relacionam suas experiências e observações da mata com as palavras dos mitos e encantamentos. A partir dessa interação, o viajante hup consegue interagir com seres de múltiplas paisagens e expandir seu campo de percepção, em um engajamento mútuo com os processos de transformação do mundo.