Mas nada disso a preparou para um cadáver que olhava de volta. Após sobreviver a um massacre que não deveria ter deixado sobreviventes, Lia desperta com algo errado nos olhos — e na linguagem. Palavras sussurram sozinhas, nomes apodrecem no ar, e uma realidade paralela se revela sob a superfície do mundo: um domínio feito de som, silêncio e símbolos quebrados. Há um Véu entre nós e aquilo que devora o sentido. E ele está se rasgando. Empurrada para os subterrâneos da linguagem, Lia enfrenta a Teia dos Cinzentos, uma sociedade que manipula o mundo através das palavras. Descobre entidades feitas de ausência, vozes que sangram, frases inacabadas que envenenam o real. E entende que o maior poder do mundo não é o que se vê — mas o que se diz. Só que a linguagem está morrendo. E com ela, tudo o que somos.