Esta obra é resultado de uma pesquisa realizada no âmbito do programa de pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e refletiu sobre a produção do filme Vidas secas, realizado no interior de Alagoas em 1963. Sendo considerado um dos filmes mais importantes do movimento cinematográfico de nominado Cinema Novo, este longa-metragem do cineasta Nelson Pereira dos Santos desenvolveu uma releitura da obra imortal do escritor Graciliano Ramos, passando a ocupar lugar de destaque entre diferentes produções internacionais. Chegou ainda a concorrer no Festival de Cinema de Cannes nas principais categorias. Venceu o prêmio de Cinema e Arte (pelo Júri Internacional de Proprietários de Cinema e Arte), o prêmio de Melhor Filme para a Juventude (do Júri de Estudantes Secundários e Universitários), o prêmio Ocic (Organização Católica Internacional de Cinema), entre outros. Neste trabalho, fomos em busca das memórias de moradores provenientes dos municípios alagoanos de Minador do Negrão e Palmeira dos Índios, que participaram do filme como figurantes e nos bastidores da produção na década de 1960. Desta feita, procuramos evidenciar a importância da produção cinemanovista, que conduziu sua estética através dos traços provenientes da cultura brasileira, das camadas sociais e da essência de seu povo.