O tema Cinema e exibição cinematográfica em Montes Claros (MG): dos primórdios à consolidação do circuito exibidor, refere-se a uma investigação sobre a gênese da rede exibidora montesclarense, e as diferentes formas de lazer que incidiram no espaço público da cidade. Teve como propósito, ainda, refletir sobre como a modernidade configurou-se no município norte-mineiro. A partir de um conjunto de fontes, notou-se que ao longo do século XIX, entre 1840 a 1880, a cidade norte-mineira passou a ocupar um importante papel no comércio regional. Assim, vários foram os eventos advindos com essas transformações. Contudo eles não patentearam mudanças meramente econômicas. Concomitante às transformações, verificou-se que, sobrevieram à cena pública da pequena urbe norte-mineira, companhias circenses, grupos mambembes e espetáculos de prestidigitação, que revelaram o não insulamento artístico da região. Observou-se, ainda, que, pela intermediação do cinema e das inaugurações das salas, concomitante às reformas e as instalações de aparelhos modernos de projeção, a representação de progresso em Montes Claros operacionalizou-se e tornou-se ativa. Nesse sentido, o cinema, mediante os discursos dos jornais, por exemplo, estabeleceu um índice daquilo que era “moderno”, “civilizado”, “progresso”, e constituiu um veio de identificação para avaliar a cidade como uma “metrópole do norte”, “metrópole nordestina”, “sociedade culta”.