Entrecruzando observação participante, análise de práticas e documentos e realização de entrevistas qualitativas, Cineclube em Movimento reverbera o papel político e didático-pedagógico do trabalho imagético e dialógico na educação básica. Em um movimento de harmonia entre Cinema e Sociologia, o cineclube ganha potência como um lugar lúdico e crítico de aprendizagem, tecido no diálogo entre os sujeitos. Sem a mesma relação de encantamento intersujeitos, a sala de aula, em grande parte, é percebida como um espaço onde o monólogo do/a professor/a é a didática recorrente. A partir do diálogo entre educadores/as e educandos/as, o cineclube se apresenta como um espaço de produção coletiva do conhecimento, que expressa o reconhecimento da alteridade como fundamento de um ambiente democrático. Ao compartilharem diferentes linguagens estéticas e políticas, trocas coletivas sobre os filmes, percepções de mundo distintas, debates sobre temáticas importantes e atuais da sociedade, educandos/as e educadores/as constroem um espaço de experiência crítica, que abre novas possibilidades de ensino-aprendizagem. Um espaço que se constitui como uma pedagogia participativa e autônoma, que reconhece a percepção de mundo de cada sujeito como relevante para a construção do conhecimento.