O eco das cicatrizes A brisa sussurrava segredos através dos vinhedos da Fazenda Bragança, carregando consigo o aroma doce das uvas maduras e o eco distante de cascos de cavalo. Naquela tarde, como em tantas outras, Anne Chermont se encontrava parada na varanda da casa grande, seus olhos fixos no horizonte onde o sol se punha em tons de laranja e vermelho. Em sua mão, uma taça de vinho tinto brilhava como um rubi à luz do crepúsculo. Ela levou a taça aos lábios, saboreando o gosto rico e complexo do vinho que sua família produzia há gerações. Cada gole era uma mistura de tradição e renovação. Um relincho distante chamou sua atenção, e Anne virou-se para ver um magnífico cavalo lusitano galopando pelo campo. Por um momento, a visão a transportou de volta no tempo — para dias de inocência perdida, de dor superada, de verdades reveladas. Seus dedos roçaram a cicatriz em seu pulso, uma lembrança física de um passado que ela havia aprendido a compreender e aceitar. Quantos segredos haviam sido desvendados? Quantas verdades haviam sido descobertas ao longo de sua jornada?