As palavras de Enoo Miranda impregnam o imaginário e trazem à tona imagens do que já se foi, mas que combinam perfeitamente com o que ainda vivemos. Em Chã, tudo é intenso, mas não cru; as metáforas são cotidianas, mas não pobres. O poeta faz uma crítica a sociedade e suas camadas, sobretudo aquelas mais desfavorecidas, entre elas negros, cortadores de cana, trabalhadores, a classe média. Aqui ele reflete sobre o lado mais cruel e sombrio do ser humano, como escreve nos versos: "nunca sequer imaginamos para além da caverna/ somos apenas/ a sombra intocável do nêmeses/ sempre à frente". Vencedor do V Prêmio Fundarpe de Literatura.