"Cérebros" brasileiros pelo mundo investiga em profundidade as políticas de mobilidade acadêmica internacional implementadas pela Capes, especialmente por meio das bolsas de doutorado pleno no exterior. Combinando análise histórica, levantamento de dados inéditos e uma abordagem etnográfica sensível, o autor revela como essas políticas moldam as trajetórias de jovens cientistas brasileiros entre 1999 e 2014. O livro mostra tanto a eficácia do programa em formar pesquisadores que retornam ao país quanto as dificuldades enfrentadas na reinserção profissional, em um cenário marcado por assimetrias regionais e instabilidade no financiamento científico. Ao destacar as experiências vividas pelas bolsistas e pelos bolsistas, suas expectativas, frustrações e negociações entre projetos pessoais e nacionais, a obra desmonta visões simplificadoras sobre "brain drain" e evidencia a complexidade da circulação acadêmica. Também discute os limites de políticas punitivas, a falta de estratégias de longo prazo e a necessidade de reavaliar modelos de internacionalização da ciência brasileira. Resultado de pesquisa rigorosa e sensível, o livro se torna leitura essencial para quem pensa a formação de elites científicas e o futuro da pós-graduação no país.