"Este primeiro volume da coleção Diminuta apresenta dois capítulos que integram Homo
Poeticus, antologia de não ficção do escritor iugoslavo Danilo Kiš.
O ensaio de 1985 discorre sobre como a censura procura "destacar sua própria
legitimidade ao mesmo tempo que busca camuflar sua própria negação" e a respeito da natureza
da autocensura, que ele caracteriza como a "leitura do próprio texto com olhos alheios".
Já na entrevista que compõe o segundo, o autor trata, entre outras questões, de ideias
relativas à literatura moderna, ao crítico literário como leitor, ao domínio do estilo na escrita – "a
prosa começa bem onde cessa o recado" –, à biografia do escritor como palimpsesto e,
sobretudo, a alguns aspectos do pensamento de Sartre, escritor do qual Kiš se sente próximo e
sobre o qual afirma que "está certo até quando erra".
"Censura/autocensura" e "Afinal, os livros servem para alguma coisa" trazem uma
amostra da eloquência e da engenhosidade já conhecidas das obras ficcionais desse que é um dos
maiores escritores da Europa Oriental."