Elogiar o país não vai melhorar a situação de ninguém, vai apenas acomodar uma situação ruim, por isso que é bom criticá-lo sempre, pois só assim as coisas acontecem e alguém se mexe para ajudar nossas crianças que não tem educação adequada, nossas mulheres que não tem segurança nenhuma e nossos velhos que tem um dos piores sistemas de saúde do planeta. Acho que ter senso critico é muito mais do que ser patriota. Que frustração leva a uma criança de nove anos a odiar o seu país? Dizem que o ódio cega, e é verdade mas a ilusão é também perigosa, e essa criança não se deixa iludir pelo que vê pela televisão, nas novelas, nos esportes, nas festas e comemorações, o que altera o seu humor é a realidade, a falta de estrutura na educação, saúde e segurança, e principalmente numa expectativa de vida. Baseado em fatos reais, a história se passa no morro do Alemão, no Rio de Janeiro na época da invasão, o personagem mesmo com a simplicidade de seu pensamento ela tem um senso comparativo e critico muito afiados, isso porque ela quer mudar o lugar onde vive, não quer mais odiar o Brasil, mas que ele mude e não seja mais um país de oportunistas e hipocrisias, que pode estar bem nos esportes e nos quesitos carnavalescos, mas que anda de gatinhas na desigualdade social, na educação, na saúde e todos os outros tópicos que deveriam ser levados mais a sério. Apesar de sua impotência, a criança acaba percebendo um pouco de esperança no futuro, a partir do momento em que recebe solidariedade de uma pessoa estranha. Um livro para ser debatido em escolas e centros culturais, para conhecer mais sobre as obras do autor, visite o seu blog: deocleciohc.blogspot.com