A psicanálise como linguagem artística e o entendimento do simbólico. Birman lança seu novo livro como uma aposta para a compreensão do ser humano além do campo do objetivo.
O livro reúne 22 ensaios, nos quais se destacam a preocupação com a problemática da escrita em psicanálise (método terapêutico que interpreta conteúdos inconscientes), na sua relação com a das estéticas de subjetivação. Os ensaios são organizados em 8 partes: Linguagem e discurso, Escrita, Ficção, Sublimação, Humor, Literatura, Artes plásticas e visuais, Cinema.
O livro trata a concepção de Freud sobre a psicanálise e das diferentes leituras que foram realizadas do discurso freudiano por filósofos como: Lacan, Derrida e Foucault, principalmente. O fio condutor dessa leitura é a linguagem e o discurso artístico e suas relações com o sujeito em psicanálise. Por isso, a discussão de temas do campo do humor, da literatura, da pintura e do cinema, são constantemente explorados.
De acordo com o professor Paulo Vaz, que assina a orelha de Cartografias do avesso, "O eixo do livro é a conceituação do modo como a psicanálise apreende os seres humanos em seus processos de simbolização. Joel Birman propõe que há três formas de descentramento da consciência, conceituadas pela psicanálise: o desejo inconsciente, o desamparo e a angústia do real disseminada pelo trauma. Correspondendo a esses descentramentos, há três esforços de simbolização, três cenas de escrita de si: a escrita provocada pelo desejo inconsciente, a escrita provocada pela força da pulsão e a escrita do trauma. Por esse eixo, portanto, o livro se endereça à questão do sentido em nossa atualidade e, assim, pensa a proliferação de narrativas autobiográficas, especialmente aquelas que têm como foco a violência sofrida."