Quantos filósofos da América Latina você conhece? Seriam eles pensadores genuínos ou apenas comentadores de outros pensadores? Os pensadores da América Latina, em sua maioria, não são conhecidos. Isto acontece porque seus pensamentos não tem qualidade ou porque estão ocultos devido a toda uma política colonizada de informação que faz com que eles desapareçam dos nossos currículos de filosofia? Essas e outras questões são levantadas nessa Cartilha de pensadores latino-americanos. Essa pequena obra, fruto de vários anos de pesquisa, aqui na sua segunda edição (com mais de 80 verbetes novos), se propõe fornecer aos leitores informações básicas sobre pensadores de toda a América Latina. São apresentados ao todo, 139 pensadores, brasileiros e hispano-falantes. Estes autores são habitualmente ignorados nos estudos de filosofia das universidades e desconhecidos pelo público de forma geral. Pensadores indígenas, mulheres filósofas, pensadores negros e muitos outros que tentaram pensar desde as suas próprias realidades e circunstâncias. Esta Cartilha começa com uma reflexão sobre o que significa pensar desde a América Latina, fazendo uma distinção entre o pensamento acadêmico, exegético e de comentário, e o pensamento emancipador. Fala, em seguida, sobre o pensamento indígena, depois sobre o período colonial, a modernidade e o pensamento contemporâneo. No fim, traz um relato sobre a utilização da obra em sala de aula para alunos do ensino médio. Esta obra foca o histórico trágico do pensamento latino-americano, desde a invasão do pensamento indígena pela cultura europeia até as diversas formas de resistência intelectual, surgidas ao longo da história. Não foram selecionados autores de trabalhos acadêmicos de adaptação ao saber dominador. De cada autor são fornecidas as datas de nascimento e morte, breve resumo do seu pensamento e atuação e menção de obras principais. Além de ser uma obra informativa, também é uma obra política, que procura mostrar que existem sim muitos pensadores originais que possuem reflexões que, para serem reconhecidas, precisam antes ser conhecidas pelos estudiosos de filosofia.