Gustavo temia por uma noite ainda mais aflitiva, afinal, cobrir outro caso de
homicídio perturbaria ainda mais a sua já combalida condição psiquiátrica. Enquanto
isso, um escritor precisava lidar com o abandono de sua mulher enquanto tentava
manter sua rotina literária. Já em um vilarejo, a irmã do menino Andrews implora que
ele escreva um livro novo, uma obra que efetivamente prenda a todos de forma
inapelável – e ele a obedece. A realidade aqui apresentada por Léo nos consegue fazer
ver o cotidiano adquirindo toques inebriantes de uma dramaticidade quase surrealista.
Como o desafio de Libório, que percebe que seu filho possui um talento excepcional
para a criação artística, algo que influenciará diretamente sua produção literária; o justo
Amauri, que acaba por ter de entender que nem tudo deve ser colocado em cruas
verdades; o menino Romeu, que com um despretensioso presente da tia, acorda, enfim,
para o ter. E, assim, os personagens dos vinte e oito contos surgem trazendo questões
existenciais para um plano comum, buscando equacionar situações inesperadas,
amorosas ou angustiantes de modo que consigam conviver com os medos e alegrias que
cada momento da vida nos traz.