Esta obra tem como objetivo analisar quais representações culturais e estéticas das vestimentas identitárias foram construídas pelo Grupo Teatral Desencanto de Trindade, Goiás, nos eventos de Carnaval de Rua, entre os anos de 1987 a 2019. A metodologia utilizada foi bibliográfica descritiva e estudo de caso de abordagem qualitativa, com coleta de dados por meio de observações registradas em caderno de campo, entrevistas semiestruturadas e questionários mistos para responder à indagação: quais representações culturais e estéticas das vestimentas identitárias foram construídas pelo Grupo Teatral Desencanto de Trindade, Goiás, nos eventos Carnaval de Rua e Caminhada de Fé entre os anos de 2018 e 2019? Durante a pesquisa, com base teórica em Barthes (2005, 2009), Eco (2007, 2010, 2018), Da Mata (1986, 1997), Hall (2019), Viana (2012, 2014, 2018) e Pavis (2015, 2017), foram analisadas as vestimentas como objeto de transformação cultural do grupo, pois durante os trinta anos de atuação, tanto nos eventos do Carnaval de Rua como da Caminhada de Fé, há uma identidade por eles construída que transita entre a arte, a cultura regional e a estética religiosa da referida cidade. Ainda é oportuno afirmar que o Desencanto tem sua base na religiosidade local, mesmo havendo uma discrepância entre o grupo e essa religiosidade, mas não se pode negar esta relação intrínseca entre as partes. Com base nos dados, pode-se concluir que o grupo tem em sua formação uma identidade cultural e regional que é representada por meio de suas vestimentas e representações artísticas. Vários relatos de estruturação cultural que evoluíram durante os trinta anos de atuação do Desencanto fazem parte da construção desta obra. Aqui, pretendeu-se promover o registro e o acúmulo dos acontecimentos cotidianos, da história, dos costumes, da própria cultura e dos saberes empíricos, os quais foram construídos nesses trinta anos de existência.