Na segunda metade do século XIX, houve a primeira experiência de implantação de um Estado de bem-estar social na Alemanha, como alternativa ao liberalismo econômico e ao socialismo. Em um mundo tão desigual, essa iniciativa trouxe consequências consideráveis, como a adoção por alguns países e depois por organismos internacionais como a ONU de políticas de combate à pobreza e à miséria, e os ataques dos defensores do mercado como deus regulador da vida econômica dos povos. Na segunda metade do século XX, o neoliberalismo se tornou hegemônico no mundo e as políticas voltadas para o Estado de bem-estar social perderam força, predominando o que alguns autores chamam de “capitalismo selvagem”. Neste livro, Maron Abi-Abib mostra os graves problemas para os povos e para o meio ambiente trazidos por essa escolha equivocada e sustenta que outro capitalismo é possível. Ele apresenta os resultados de uma abrangente pesquisa bibliográfica, citando grandes economistas e sociólogos brasileiros e estrangeiros preocupados com esse quadro. Além disso, analisa praticamente todos os acordos e tratados internacionais firmados no âmbito da ONU, como a Declaração do Milênio, entre outras, visando à redução das desigualdades, à preservação do meio ambiente e à paz social. Neste livro que mescla história, sociologia, política e economia, Abi-Abib brinda o leitor com uma lição de humanidade, a singular e bem-sucedida iniciativa de promoção social e cultural realizada pelo chamado “Sistema S” brasileiro, que pode, segundo o autor, ser reforçada e servir de exemplo para outros países. A ideia é promover ou reforçar a coautoria (entre governo e empresariado) nas ações de reconstrução do Estado de bem-estar social, em prol de melhor qualidade de vida para o trabalhador e sua família. Em um mundo desencantado, este é um livro que, sem fugir da denúncia oportuna e fundamentada, traz esperança.