O "Capitalismo de Laços" é uma variante perversa do modelo econômico capitalista, caracterizado por relações espúrias entre o aparato estatal e os principais agentes econômicos privados. Esse modelo funda suas raízes na história e na cultura patrimonialista brasileira.
Manifesta-se através de negociações insidiosas entre a classe política e o grande capital privado, culminando na alocação ineficiente de recursos econômicos escassos, na formação de estruturas oligopolistas e no desalinhamento das políticas públicas com os reais anseios sociais.
A gênese desse fenômeno remonta ao modelo histórico de colonização extrativista, que fundou estruturas governamentais e instituições primordialmente orientadas para a exploração econômica predatória. Esse legado exerce impactos substanciais na Administração Pública e no cenário político brasileiro, afetando a governança corporativa das empresas estatais e fragilizando o sistema republicano e a efetiva representatividade democrática.
Este estudo enfatiza as repercussões negativas do modelo, como a erosão da confiança dos cidadãos nos gestores públicos, a opacidade nos processos de prestação de contas e o comprometimento da credibilidade das instituições brasileiras no âmbito internacional, desestimulando o investimento estrangeiro e estabelecendo obstáculos ao empreendedorismo interno. Trata-se, ao cabo, de uma distorção resultante do modelo de Estado desenvolvimentista/intervencionista que predominou ao longo da história brasileira.