A maioria dos tutores ainda insiste em usar referências humanas para tentar compreender os cães e definir o comportamento que gostariam que apresentassem. Não percebem que eles pertencem a outra espécie e, portanto, possuem sua própria maneira de interpretar o mundo e reagir.
Cães não devem ser vistos como "crianças humanas" ou como soluções para conflitos emocionais, o que poderá conduzi-los à perda de identidade e, consequentemente, ao desequilíbrio emocional – razão do surgimento de comportamentos que os próprios tutores classificam como "inexplicáveis".
Quando nos preocupamos em saber quem são os cães, naturalmente mudamos de atitudes, isso porque começamos a enxergar quem eles são e não quem gostaríamos que eles fossem. Portanto, não há como padronizar o seu comportamento com base nos valores humanos e muito menos em como nos comportamos... Alguém conhece ou ouviu falar de um humano que, ao ser deixado sozinho, urinou pela casa toda, começou a gritar e destruiu o controle remoto da TV a mordidas? Enfim, não se pode negar, tentar impedir ou transformar o que eles são. Conviver com cães significa adaptar-se à sua natureza, assim como eles se adaptaram à natureza humana. Ir à contramão dessa essência é tentar impedir que eles respondam à sua herança genética.
Para educa-los, é preciso que os tutores se transformem em seus guias, em referências positivas de como devem reagir aos inúmeros desafios da sociedade humana.