Esta obra trata-se de uma das primeiras investigações que compuseram o conjunto de pesquisas que buscou validar um trabalho inovador no Brasil: as Equipes de Ajuda. Era o ano de 2015 quando iniciamos, juntos a outros pesquisadores (ou sonhadores), a implementação de um modelo de Sistema de Apoio Entre Iguais chamado de Equipes de Ajuda. Como o leitor lerá no decorrer da obra, as Equipes de Ajuda são uma forma de protagonismo da qual participam adolescentes para, instrumentalizados, intervir junto a seus colegas nas escolas com o objetivo de "ajudar". Digamos que o verbo aqui represente o que poderíamos chamar de agir com empatia ou de se sensibilizar com a dor do outro, validando-a, ao mesmo tempo que encorajando-o a resolver a fonte da dor ou do constrangimento.
O bullying é definido como "comportamento indesejado e agressivo entre crianças e adolescentes que envolve um desequilíbrio de poder entre as partes, que se repete ao longo do tempo". Os que sofrem tais agressões mantêm-se numa posição de vitimização por impossibilidade de se desvencilhar de uma autoimagem com pouco valor. Agressor e vítima estão sempre sob os olhos de seus iguais, que testemunham os fatos. Os sistemas de apoio entre iguais são grupos de alunos preparados a oferecer estratégias e saídas para os problemas que afligem a convivência diária.