Com uma habilidade genial para ironizar e satirizar os desvios comportamentais da sociedade, Nelson Rodrigues criou um teatro único e universal que vem atravessando décadas com a mesma vitalidade. Nesta tragédia de 1959, o dramaturgo nos apresenta o bicheiro "Boca de Ouro", uma figura temida e megalomaníaca, que tem esse apelido porque, ao melhorar de vida, troca os dentes perfeitos por uma reluzente dentadura feita com o metal precioso. Ao ser assassinado, seu passado é vasculhado por um repórter de um jornal sensacionalista em busca de histórias escabrosas. A fonte do jornalista é dona Guigui, que revela diferentes versões da mesma história. Esta edição conta com posfácio de Elen de Medeiros, professora de literatura e teatro na Faculdade de Letras da UFMG, e orelha assinada por Marcos Palmeira, que protagonizou a mais recente adaptação da peça para o cinema.