Diante da disseminação em escala mundial das transformações sociais, tecnológicas e econômicas na contemporaneidade e da adequação da escola e dos currículos escolares a essas novas demandas, são cada vez mais intensificados os discursos em prol das reformas educacionais. O que não fica evidente é que, por trás da maioria desses discursos, estão colocados os interesses de grandes capitalistas que veem na educação a oportunidade de aumentar seus ganhos financeiros, considerando-a não como um bem comum e gratuito, mas como um negócio (que, aliás, é muito lucrativo). Essas reformas invisibilizam um projeto de sociedade com uma educação aligeirada, superficial e acrítica, fundamental para o processo de reprodução da sociabilidade capitalista. A análise crítica dos currículos, no caso a Base Nacional Comum Curricular, na forma de competências, e na elaboração do texto para o Ensino de História, é ferramenta essencial para compreender como funcionam as engrenagens da reprodução desse sistema e como forma de encontrar as lacunas que nos oportunizam bricolar e resistir a esse tipo de formação superficial, mecânica, feita exclusivamente para satisfazer as necessidades do mercado de trabalho em detrimento de uma educação emancipadora e humanizadora.