O livro Bixa Preta & Amefricana: Contação de Histórias dos Becus à Ancestralidade faz uma convocação por meio da experimentação de histórias com perspectivas plurais, a fim de promover alianças antirracistas e pistas na descolonização do pensamento, embora sem garantias. Trata-se de uma escrita que na mistura artística e visceral está a exemplificar modos de lutas anticoloniais, formas de repensar relações raciais e seus impactos na saúde mental da população negra, desde as formações teóricas até a atuação profissional.
Portanto, dos becos e das poças d'água às paisagens transatlânticas, eu me faço composição. Endereço este livro a quem respirar em parcelas e prender o ar — enquanto a fumaça das violências coloniais que queimam e buscam nas inalações invadir nossos corpos e corpas a nos asfixiar — não é mais uma opção a naturalização. Dizemos: hoje não. Nenhuma máscara é confortável e aceita, pois desde os Becus apostamos em modos de vida, com seus renascimentos, contação de histórias e poéticas de um cu preto.
Assim, proponho ações a fim de sensibilizar, sem deixar de lutar pelas especificidades de nossas lutas. Quem aqui escreve? Uma bixa preta, (re)construída de Becus e morros. Adentrei a universidade com ações afirmativas. E do interior acadêmico não peço autorização para falar ao me deparar com práticas de deslegitimação frequentes. Eu sou fruto e semente dos movimentos negras/os. Vem compor a roda?