A Biogeografia e a Geoecologia das Paisagens são dois ramos do Conhecimento Geográfico convergentes e que têm motivado diversas pesquisas durante as duas últimas décadas. Ao passo que aliam abordagens sobre os hábitats regionais e as possibilidades de mapeamento da presença humana no território, ambas se complementam em uma perspectiva plural, e, portanto, polissêmica. Quando seus métodos são aplicados a um espaço geográfico de primeira magnitude como a Amazônia Oriental, que se superpõe uma biorregião denominada Centro de Endemismo Belém (CEB), abrem-se possibilidades de entendimento das marchas de destruição dos refúgios da biodiversidade regional, bem como podem ser discutidos com maior clareza os mecanismos que levaram à fragmentação dos ecossistemas nativos ao longo das últimas décadas nessa área biogeográfica de importância internacional. A partir de então, são apresentadas propostas práticas de criação de corredores ecológicos, que foram pautados na ideia de sugerir um modelo de conservação complementar aos já empregados no Brasil em busca da garantia de existência de espaços úteis adequados para a proteção da biodiversidade regional.