Ela não é a cidade mais bonita da Europa nem a mais antiga. Sua arquitetura não é mais impressionante do que a de Roma ou Paris; seus museus não abrigam mais tesouros do que os de Barcelona ou Londres. Entretanto, quando os cidadãos de "Nova York, Tel Aviv ou Roma me perguntam de onde sou, e digo Berlim", escreve Peter Schneider, "seus olhos de imediato se iluminam".
Na esquina onde a curiosidade e o desassombro do melhor jornalismo se encontram com a inteligência despretensiosa de um dos mais brilhantes ensaístas contemporâneos, Berlim, agora explora a atração heterogênea exercida pela capital alemã. Com o desembaraço que apenas um morador local poderia ter, Schneider mergulha na vida cotidiana da cidade, indo das marcas da história do século XX na paisagem urbana até sua movimentada cena noturna, dos bairros de imigrantes às comunidades artísticas que prosperam devido ao custo relativamente baixo (por enquanto) da habitação. Nos bastidores dessa metrópole em transformação acelerada, descobrimos soirées de alta classe em canteiros de obra e novas formas de convivência inventadas por jovens empreendedores, que apontam rumos inesperados para a vida nas grandes cidades do século XXI.
Em pouco mais de trinta capítulos curtos, com temas tão variados quanto a vida na mais vibrante metrópole europeia, Schneider reúne um compêndio de personagens e episódios dos mais peculiares, enquanto procura responder à pergunta: Se Berlim não é propriamente bonita, por que é tão amada?