Este livro evidencia o protagonismo das mulheres como rezadeiras, curandeiras e agentes de saúde do Programa Saúde da Família. As rezadeiras se inscrevem no âmbito da fé e da cultura popular e, conforme o texto, muitas vezes supriram, ao longo da história, a carência em serviços de saúde pública e gratuita no Brasil. As benzedeiras atuam como intermediadoras entre as pessoas que as procuram e o sagrado. As rezadeiras são portadoras de práticas e saberes específicos de seu ofício, pois há males que não pertencem à classificação de doenças reconhecidas pela medicina convencional. Além disso, há situações em que se considera que a intervenção das benzedeiras é o mecanismo mais eficiente para obtenção da cura. Diversos estudos na área médica reconhecem o papel da fé e da crença nos tratamentos ministrados como um componente que auxilia no processo de tratamento e cura dos pacientes. A fé, o saber popular e o saber médico não se excluem, mas se complementam. Observa-se nas comunidades estudadas a existência de um hibridismo cultural entre práticas de cura popular e a medicina convencional.