O autor descreve um mundo diferente, com uma cultura em constante conflito. Um lugar indeciso entre a certeza milenar de crenças e costumes e a benevolência constante do beneplácito moderno, regado pela tecnologia voltada à satisfação. O personagem é dúbio e, em certos momentos, reconhece-se como um correspondente ocidental em limiares de se olhar no espelho e ver uma névoa, em que a realidade se transveste num exercício mental interessante. Nada passa a ser impossível num mundo onde a morte é o cotidiano, vista em cada canto e que pode estar à espreita nos guetos ou disfarçada de um vulto transeunte, vindo em direção de qualquer um.
Os conceitos morais passam a ter linhas tênues e as ações são pervertidas por grandes doses de cheiros dos mais diversos, gravitando sob o pó e a sedimentação secular destes com tijolos, areia, ódios e amores contidos, por vezes, proibidos.
O resultado é assustador, um pouco curioso, mas preocupante ao simples ato de tentar revolvê-lo.
O protagonista debate-se no início para manter a linha de coerência de seu trabalho. Aos poucos, o leitor passa até mesmo por dúvidas da existência física do protagonista, pois não há relatos das coisas cotidianas necessárias para existir vida num lugar hostil.